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Os impactos da insatisfação dos funcionários para as empresas

Os impactos da insatisfação dos funcionários para as empresas

Já falamos diversas vezes por aqui que felicidade e trabalho tem tudo a ver. Pelo menos é o que aponta o estudo feito pela Universidade de Warwick, no Reino Unido, que mostra que colaboradores felizes são 12% mais produtivos. Justamente por isso, a insatisfação dos funcionários tende a impactar negativamente as empresas, em diferentes aspectos.

Mas como identificar o que está afetando o bem-estar de um profissional? Existem maneiras de evitar ou resolver esse tipo de problema? É o que vamos discutir agora, confira!

Como a insatisfação dos funcionários afeta as empresas?

A insatisfação dos funcionários afeta diretamente o funcionamento e o crescimento das empresas. Isso acontece porque a desmotivação faz com que o colaborador não dê o seu máximo na realização das tarefas e tenha até mesmo sua saúde física e mental prejudicada.

“O colaborador insatisfeito tende a produzir menos, ficar mais desatento durante suas atividades e passar a não se importar com suas tarefas como antes. Nota-se também que, ao deixar de ‘vestir a camisa da empresa’, o absenteísmo e até mesmo o desligamento tornam-se uma realidade muito próxima. Em empresas de pequeno e médio porte, por exemplo, esse impacto acaba sendo muito maior, visto que a produtividade daquele funcionário afeta diretamente o rendimento de toda a equipe e o crescimento da organização”, analisa Emily Lourenço, consultora de RH da Estação 4 – Consultoria em RH.

Como medir a insatisfação dos funcionários?

São vários os motivos que provocam a insatisfação dos funcionários dentro das empresas, e eles podem ser decorrentes tanto de fatores internos quanto externos.

Quando olhamos para dentro, podemos citar fatores como:

Ambiente de trabalho inadequado, incluindo clima organizacional e infraestrutura;

Problemas de relacionamento com lideranças e colegas de trabalho;

Falta de oportunidade de crescimento profissional;

Salários incompatíveis com a função;

Falta de reconhecimento.

Já em relação aos elementos externos, os que mais se destacam são os problemas de saúde do próprio colaborador, ou de algum membro de sua família, além de questões como não ter um local para deixar os filhos durante o período de trabalho.

Ainda que esses fatores não estejam diretamente relacionados à organização, o profissional acaba desviando a atenção de suas atividades, comprometendo assim o seu desempenho.

Como ponto de agravo, se não houver um respaldo da empresa para solucioná-los ou amenizá-los, a tendência é que essas condições se tornem um gatilho para a insatisfação do funcionário.

Mas como identificar quais dos exemplos citados acima estão causando impacto negativo na empresa? Confira, abaixo, alguns indicadores que você pode aplicar para ter a resposta.

Índice de Satisfação dos Funcionários

O Índice de Satisfação dos Funcionários, ou EFI – Employee Satisfaction Index, visa mensurar o grau de contentamento dos profissionais.

Para isso, devem ser aplicadas três questões para as quais serão dadas notas de 1 a 10:

Quanto satisfeito você está com seu local de trabalho?

Seu local de trabalho satisfaz suas expectativas?

O quanto seu local de trabalho ideal está próximo da sua realidade?

Com as respostas em mãos, a equipe de RH deve aplicar a seguinte fórmula:

“{ [ (soma de todas as respostas ÷ 3) – 1 ] ÷9 } x 100”

O resultado vai indicar notas que variam de 0 a 100. Se o valor final for menor que 66 pontos, é um indicativo da insatisfação dos funcionários e momento de rever a cultura e benefícios oferecidos pela empresa.

Índice de Rotatividade

Outro importante índice a ser aplicado indica os números provenientes da saída de colaboradores. Também chamado de “Taxa de Churn”, ou “Cálculo de Turnover”, é feito com base no número de demissões e o número médio de profissionais ativos de um determinado período.

Assim, a fórmula a ser aplicada é “Índice de Rotatividade = número de demissões / número médio de funcionários”. Um bom resultado fica em torno de 5%. Percentagens maiores indicam a necessidade de verificar o que está levando a tantas saídas.

Fator absenteísmo

Este cálculo é uma importante forma de mensurar o número de ausências e verificar quantas têm relação com a insatisfação dos funcionários.

Para chegar ao resultado, é utilizado o “Fator Bradford”, indicador criado pela Universidade de Bradford, que indica o quanto as constantes faltas prejudicam a empresa e os demais profissionais.

A fórmula é aplicada por colaborador, da seguinte maneira: “frequência de faltas x frequência de faltas x número total de dias ausente”.

O período indicado para essa análise é de 12 meses, e o resultado máximo aceitável é de 250 pontos. Acima disso, recomenda-se conversar com o colaborador para identificar o motivo das suas ausências. Lembrando, ainda, que números iguais ou superiores a 450 são considerados elevadíssimos.

Pesquisa de Clima Organizacional

Outro instrumento indicado para identificar a insatisfação dos funcionários é a Pesquisa de Clima Organizacional.

“Esse tipo de análise para medir a insatisfação dos funcionários é capaz de trazer a compreensão do relacionamento entre funcionário e empresa, possibilitando uma visão panorâmica de todos os setores, o que funciona e o que frustra”, reforça Emily.

Por meio de perguntas quantitativas e qualitativas, a ideia é mensurar o grau de satisfação com o ambiente de trabalho, em todos os aspectos. Além disso, questões como benefícios e salários oferecidos também devem ser questionados.

Mas para que a pesquisa gere respostas sinceras, é fundamental que ela seja respondida anonimamente. Isso gera mais confiança para que os funcionários exponham suas percepções, bem como a certeza de que não sofrerão qualquer tipo de represália.

O que fazer para reverter o quadro de insatisfação dos funcionários?

A própria pesquisa de clima já é capaz de renovar o relacionamento do colaborador com a empresa.

“Quando o funcionário percebe que algum tipo de mudança está sendo realizada e que está sendo questionado sobre sua própria perspectiva em relação à organização, sente-se como parte dessa possível mudança. Já quando falamos de produtividade e entrega de resultados, é necessário que a empresa consiga enxergar cada colaborador como indivíduo diferente, com perspectivas e ritmos que divergem. Conhecer o perfil das pessoas que atuam dentro de sua empresa é um fator de extrema importância para a constituição de uma relação de proximidade entre líderes e liderados, na qual o colaborador se sinta confortável para trazer suas demandas profissionais e que haja uma compreensão de ambas as partes quanto aos resultados e busca de melhorias.”

Além disso, Emily afirma que um um bom clima também é fundamental, afinal, o funcionário passa a maior parte de seu dia dentro da empresa, tendo mais contato com os colegas de trabalho do que com amigos e familiares. “É necessária a criação de um ambiente que também seja acolhedor, no qual os profissionais se sintam lembrados e vistos. Para isso, podem ser criadas, por exemplo, ações em datas especiais, como o ‘Outubro Rosa’ ou o ‘Novembro Azul’, além de coffee break no dia do aniversário ou um day off.”

Somado a tudo isso, podemos acrescentar a oferta de um plano de bem-estar corporativo; flexibilidade no horário de trabalho; incentivo ao autocuidado; estrutura de trabalho adequada; feedbacks constantes, entre outras iniciativas.

Os benefícios obtidos

Ações que visam a satisfação dos colaboradores também oferecem benefícios às empresas que vão além da reversão dos pontos negativos citados no início deste texto, como:

Otimização das atividades;

Melhoria no bom humor geral;

Diminuição do nível de estresse;

Maior comprometimento com o cliente;

Melhoria no relacionamento entre as equipes;

Aprimoramento da comunicação entre os profissionais.

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